CORTELLA COMENTA O DESCASO COM O PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

 

Jornal  da TV  Cultura 

A IMPORTÂNCIA DO RETORNO AO APÓS ADQUIRIR UMA DEFICIÊNCIA

A retomada da história profissional  para  pessoas com deficiência adquirida representa a reafirmação da própria capacidade ao  interagir com outras pessoas, voltar a sentir que você pode ser útil e  a sensação de  que a vida continua.

Entretanto, o o retorno ao trabalho inicialmente é desafiante por ter que lidar com as suas limitações e, principalmente, com as  propiciadas pelo ambiente  como: o problema da falta de acessibilidade e o capacitismo imposto  por alguns indivíduos que muitas vezes impedem você de  fazer o que gosta  tirando  a sensação da importância sua capacidade contribuição útil  para a sociedade de ajudar outras pessoas e ver resultados seus resultados  oriundos da sua identidade profissional a partir de ações variadas pelos mais diversos meios e caminhos possíveis.

Logo, apesar  dos  obstáculos  da cultura  capacitista e da falta  de  empatia  presente em muitos  indivíduos o retorno  ao  trabalho  faz bem emocionalmente  e socialmente  para  a pessoa  que  adquiriu um deficiência.

PROFESSOR READAPTADO : A NOVA REALIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR E A PRESERVAÇÃO DOS SEUS DIREITOS

Imagem Internet 

Muitos  professores  por causa das mais  diversas enfermidades  estão precisando usar  o instrumento legal  da readaptação   profissional para preservação  da sua sobrevivência  econômica  e  autoestima. Com  a readaptação  o  professor  irá conviver  com  o inesperado  precisando  ter  resiliência e conhecimento  dos  seus  direitos para  não  ser prejudicado  no futuro.

A resiliência  é  necessária, porque muitas  vezes o (a) professor (a) será direcionado  para  exercer  funções  não  a fins a  sua formação  profissional mesmo  que  legalmente o seu direito  é  exercer   funções que  correspondam a  sua fomação  educacional  e  à profissão  que exerceu ao longo  da sua  vida. Então,  o professor  depois  de anos com uma  carreira consolidada e lutando  para retomar  a exercer o seu labor terá  que  enfrentar as desconfianças de seus pares e gestores acerca da sua condição de saúde e da sua atuação profissional na escola.

Moralmente  o  discurso  de  inclusão  social  através  da educação inclusiva das  pessoas  com  deficiência é  destruído pela  prática institucional  do capacitismo velado exposto nas  atitudes  em relação  ao  professor  readaptado.

É importante  ressaltar  também  que, legalmente para  a preservação  dos  seus  direitos  existe  a determinação de que  o professor deve  desempenhar  “funções de magistério” .  incluindo não só a docência, mas também funções de direção escolar, coordenação e assessoramento pedagógico, desde que exercidas dentro das escolas.

Diante  disso, não  podemos permitir o desrespeito  a  nossa  formação, nem  a  nossa  identidade  profissional como  se fosse  um  favor   a nossa  readaptação  e, além  disso, também  temos  que tomar  cuidados para  não perdermos  os direitos que  temos pelo  exercício  do magistério ao longo  da  vida.

INCLUSÃO? QUAL INCLUSÃO?

 

A MINHA EXPERIÊNCIA APÓS ADQUIRIR UMA DEFICIÊNCIA FÍSICA

 

Ao adquirir  uma  deficiência  física  em decorrência  de  um  AVC  Hemorrágico, comecei  a ter experiências de capacitismo  no âmbito, a profissional a luta  contra  a  minha  invalidação  por terceiros o que precisou buscar bater de frente com essas pessoas que não aceitavam o laudo médico do especialista da área neurológica que  determinava  a minha  capacidade  clínica  de   exercer atividades profissionais, so assim consegui retornarar  ao ambiente  de  trabalho  e passei a constato diariamente que  ao ser colocado em uma função  que  não  respeita  a minha  formação  e nem o que  é determinado  por  lei tive  o choque  de como  é presente o capacitismo  na educação,em uma época  da história da  humanidade que  tanto  falam  em educação  inclusiva  e na construção  de um mundo inclusivo.

Além  disso,  escola  sem acessibilidade  arquitetônica  adequada,   faltando  rampa  para o acesso  em alguns  ambientes,algumas  fora do padrão  que  possam permitir  a segurança  e  autonomia    da  pessoa  com  deficiência, Banheiro para  PCDs  com barras  apresentando  defeito  e   também  com ausência  em um  lado que  auxiliaria melhor   na mobilidade  da pessoa  com  deficiência.

É possível perceber  a presença  do  capacitismo  de forma velada,  provavelmente,  pela  falta  de  conhecimento  daqueles  que  deviam  desenvolver  ações  de conscientização  e  práticas  de  inclusão . Já, no meu caso  pode  ser  possível  a realidade  que  vivo , atualmente, pelo fato  de  ao longo  dos  23 anos  de vínculo  empregatício, através  de  concurso  público, sempre  tive  a minha  trajetória  marcada  pela  luta  pelos  meus  direitos e continuo  fazendo  porque  conheço  na  legislação  brasileira,  sei que  não  é  favor , nem  caridade  respeitar  os direitos  das  pessoas  com  deficiência  e  nunca  deixei de  lutar  pelo  que  acredito  ser  certo   para  agradar  políticos  ou outras  pessoas.

Então, de acordo com a minha visão após adquirir uma deficiência física, percebo que  precisamos  acompanhar  e cobrar  o que  determina  a legislação  brasileira  de inclusão  das  pessoas  com deficiência  na prática para que o processo de inclusão plena de todos em nossa sociedade aconteça  de fato.

O AMBIENTE ESCOLAR NÃO É INCLUSIVO PLENAMENTE

O direito à educação, desde a alfabetização até a qualificação profissional, representa um pilar essencial para a inclusão das pessoas com deficiência, possibilitando que conheçam e exijam seus direitos e, assim, se integrem de forma autônoma e ativa na sociedade. Observamos  na educação o seguinte:

                                        - Investimento insuficiente na infraestrutura das escolas e na aquisição de recursos pedagógicos acessíveis;

                                - Número reduzido de professores e outros profissionais com formação em Educação Especial ou temáticas de inclusão;

                                     -  Inacessibilidade na comunicação e informação e situações capacitistas ;

                                     -  Profissionais com deficiência integrados e não inclusos

Sobre a questão dos professores  é igualmente importante refletir sobre as condições de trabalho dos docentes que enfrentam  uma série de barreiras, desde a falta de infraestrutura , o capacitismo e até a ausência de políticas públicas que garantam de fato a sua  inclusão. É comum o professor ser desviados de sua função ou até mesmo afastado ao atestar uma deficiência.

Diante disso, o desenvolvimento de uma educação inclusiva  fica fragilizada ao  mostrar que o ambiente escolar não é verdadeiramente inclusivo, porque não respeita e nem valoriza a diversidade plenamente na prática.

A INCLUSÃO NÃO EXISTE SEM A ACESSIBILIDADE

  

A sociedade insiste que a pessoa com deficiência deve participar plenamente: trabalhar, frequentar espaços públicos, estudar. Porém, na prática, não implementa condições reais para que isso aconteça. Restaurantes sem acessibilidade, vagas de estacionamento indevidamente ocupadas, pessoas  sem deficiência que usam os banheiros das pessoas com deficiência, calçadas desniveladas  escolas públicas despreparadas e empresas que não se adaptam são barreiras constantes. 

A acessibilidade  é  a chave para a inclusão verdadeira. Vivemos em uma era onde a diferença é protegida legalmente, mas ainda esbarra em limitações morais e culturais. A falta de acessibilidade é uma discriminação silenciosa, mas extremamente limitante e limitadora. Trata-se de um crime que deve ser combatido por toda a sociedade. Não reconhecer o valor da acessibilidade  é  negar  condições justas para que todos alcancem seu pleno potencial, usufruindo das oportunidades que a sociedade tem o dever de promover.

Logo,o futuro da inclusão depende do comprometimento de cada um de nós para que  possamos juntos construir uma sociedade onde todos tenham a oportunidade de prosperar, independentemente de suas limitações.