A VAIDADE E A POLÍTICA
Observando o cenário político sempre constatei como a vaidade do ser humano é exposta neste meio de forma clara. Então, achei interessante publicar o artigo abaixo;
Vaidade e política não devem conversar
A vaidade desde os primórdios, inclusive em passagens bíblicas, remete-se a algo fútil, inútil, vazio, ilusório, enfim a vaidade em demasia é tóxica, é veneno e não antídoto, é miragem intrínseca a carnalidade, que vai embora como a mesma. Na política, a vaidade consegue ser instrumento perigoso, que leva um líder à condição de inexpressividade em um piscar de olhos. A Vaidade funciona como uma taxa corporal, como uma glicose, por exemplo, que não pode ser nem de menos, muito menos em exagero, visto que em altas taxas compromete perigosamente o resultado das coisas, derrocando impérios, e colocando abaixo verdadeiras construções políticas.
A política, é um processo de construção, uma engenharia pensada em entrelaçar por meio do diálogo pedaços diversos de pensamentos políticos outrora adversos, que muitas vezes se juntam mais pela ótica do menor prejuízo, e não do maior benefício, para caminhar em uma empreitada eleitoral juntos. Ter vaidade em cota aceitável, de todo, é muitas vezes necessário, todavia o excesso estraga o ambiente político, afasta as ligas políticas e desconstroem tudo o que o diálogo inicial propiciou. Uma articulação política bem posta, dentre outras atribuições tem que lidar e dosar bem as vaidades, tendo que administrar egos inflamados assim como gerenciar todos os conflitos de vaidades encontrados num mesmo palanque. É tarefa cirúrgica ter que manter baixos os muros construídos pela vaidade.
O que é maléfico as boas práticas políticas que pretendem construir resultados exitosos, é a vaidade em demasia, sobretudo quando empedesta protagonistas, isolando-os, inviabilizando um diálogo mais horizontalizado, não permitindo dar o carinho peculiar a aliados do momento. A vaidade em demasia é capaz de transformar políticos em pseudos super heróis, o que desfoca perigosamente dos propósitos fins de juntar, de somar e multiplicar, envolvendo um potencial líder pela letalidade dos tentáculos da vaidade, e quando se observa já é tarde, o processo já tem tragado para a derrocada.
Em se tratando de vaidade no processo político há também a vaidade mais perigosa que a dos líderes, que é a vaidade silenciosa e com mais poder destrutivo, que a vaidade do entorno, dos que cercam a liderança protagonista, daqueles que diante das suas limitações e inseguranças não enxergam o propósito fim, mas colocam sempre na frente do resultado o “primeiro eu”. A vaidade quando atinge o entorno, deve ser rapidamente combatida, pois tem um poder destrutivo imensurável, e pode carregar para a derrocada de forma silenciosa, e aí mora o perigo, um perfil que foi feito para vencer.
A vaidade é administrável, em algumas situações é até benéfica, mas no geral altera o resultado final, tendo mais poder destrutivo do que o contrário, sendo muitas vezes instrumento de troca, instrumento que pode fazer parte da estratégia política de um adversário. A provocação da vaidade pelo entorno, pode até mesmo ser parte da estratégia de adversários que ao perceber astutamente sua existência, usa mecanismos infiltrados sorrateiramente para insuflar a vaidade ao ponto que carrega o político do protagonismo a co-adjuvancia. Não são poucos os líderes que sucumbiram diante da sua própria vaidade, e desta feita é necessário uma articulação política funcionando para que o organismo político dose bem as taxas de vaidades inseridas no meio a não torná-lo tóxico, insípido e inabitável.
Fonte : oestadoce.com.br
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