Instituto Jô Clemente destaca desigualdade salarial na inclusão de profissionais com deficiência
Um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) revelou dados preocupantes sobre a desigualdade salarial enfrentada por profissionais com deficiência, que ganham em média 12% a menos comparado a profissionais sem deficiência. Em países de renda baixa e média-baixa, essa diferença salarial pode chegar a 26%, como no Brasil, por exemplo.
A Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) informa que existem cerca de 545 mil pessoas com deficiência inseridas no mercado formal, mas essas pessoas ainda enfrentam desafios significativos, especialmente no que diz respeito à igualdade de gênero e raça. De acordo com o levantamento da SIT, a média salarial de uma mulher com deficiência é de R$ 1.411,77, em comparação a R$ 1.791,42 para mulheres sem deficiência. Para os homens, a média salarial é de R$ 1.637,50, enquanto homens sem deficiência ganham em média R$ 1.904,49.
“Essa desigualdade salarial é um reflexo de uma realidade que ainda precisa ser transformada. A inclusão profissional é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e com oportunidade para todas as pessoas. Cada pessoa tem habilidades e talentos que podem ser valiosos para as empresas, e é fundamental que as organizações reconheçam e integrem esses talentos”, afirma Flávio Gonzalez, coordenador de Inclusão Social do Instituto Jô Clemente (IJC).
Nesse cenário, o Instituto Jô Clemente (IJC) oferece às pessoas com deficiência as ferramentas necessárias para se destacarem no mercado de trabalho. Com base na metodologia reconhecida internacionalmente, Emprego Apoiado, o IJC realiza o mapeamento de perfil profissional, auxilia na busca de um emprego que combine com a vocação da pessoa com deficiência e faz o acompanhamento pós-contratação por 12 meses, promovendo o desenvolvimento de habilidades que possibilitem avanços em suas carreiras.
“Ao longo desses 11 anos já incluímos mais de 5 mil pessoas com deficiência, por meio da metodologia do Emprego Apoiado, que usa a lógica de ‘incluir para qualificar’, em vez de ‘qualificar para incluir’. Isso permite criar mais oportunidades às pessoas com Deficiência Intelectual e Autismo”, explica Gonzalez.
Em 2023, foram realizadas 531 inclusões, com uma taxa de retenção nas empresas de 92%. Além disso, por meio de parceria com as empresas, o IJC destaca a importância da diversidade e da inclusão nas equipes.
“Trabalhar com as empresas é fundamental para criar um ambiente que não apenas contrate, mas que também inclua e valorize as contribuições de todos os colaboradores”, complementa Gonzalez.
A luta contra a disparidade salarial e pela inclusão das pessoas com deficiência é uma jornada que demanda o empenho de toda a sociedade. Promover a diversidade enriquece os ambientes de trabalho, criando uma cultura mais inovadora e colaborativa.
“Acreditamos que as políticas de salário-mínimo podem desempenhar um papel essencial na redução da disparidade salarial, garantindo que todos os trabalhadores tenham acesso a remunerações justas”, conclui o especialista.
Para saber mais, acesse o site do Instituto Jô Clemente.
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