terça-feira, 23 de setembro de 2025

Usar a terminologia correta para se referir a pessoas com deficiência não é "mimimi"



É uma atitude de respeito e inclusão que reflete a dignidade do indivíduo. A linguagem tem o poder de moldar a percepção sobre as pessoas e de perpetuar preconceitos ou promover a igualdade. O uso de termos adequados contribui para combater o capacitismo e para construir uma sociedade mais consciente e inclusiva. 

A importância de uma linguagem respeitosa
  • Coloca a pessoa em primeiro lugar: A terminologia correta, como "pessoa com deficiência", enfatiza que a deficiência é apenas uma das características da pessoa, não a define por completo. O foco principal deve ser sempre no ser humano.
  • Reconhece a dignidade e a autonomia: Termos antigos e pejorativos, como "inválido", "mongol" ou "excepcional", reforçam estereótipos e desconsideram a capacidade das pessoas com deficiência. A linguagem inclusiva, por outro lado, reconhece a autonomia e a individualidade de cada um.
  • Combate o capacitismo: O capacitismo é o preconceito contra pessoas com deficiência e pode se manifestar por meio de palavras e atitudes. Ao abolir termos capacitistas, como "fingir demência" ou "dar uma de joão-sem-braço", a sociedade se move em direção a uma cultura de respeito e equidade.
  • Alinhamento com convenções internacionais: O termo "pessoa com deficiência" é o padrão adotado por legislações e convenções internacionais, como a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU, que foi ratificada no Brasil. 
Termos para evitar e substituir
É essencial se familiarizar com a terminologia adequada para não cometer gafes e reforçar preconceitos de forma inconsciente.
Termos incorretos (e capacitistas) Termos corretos
Portador de deficiência: A deficiência não é algo que se porta, como uma carteira; é uma condição inerente à pessoa.Pessoa com deficiência: Prioriza o indivíduo antes de sua condição.
Pessoa com necessidades especiais: O termo é vago e não reflete a realidade da pessoa com deficiência.Pessoa com deficiência: É mais específico e preciso.
Deficiente: Reduz a pessoa a uma única característica.Pessoa com deficiência: Destaca a humanidade do indivíduo.
Doente, problema: A deficiência não é uma doença ou um problema a ser curado.Pessoa com deficiência: Apresenta a condição de forma neutra e respeitosa.
Exemplos de superação: Pode ser ofensivo, pois pressupõe que a pessoa é um herói apenas por viver sua vida, reforçando estereótipos.Reconhecer suas conquistas: Celebrar as conquistas da pessoa de maneira genuína e sem romantizar a deficiência.
Ceguinho, aleijadinho: O uso do diminutivo infantiliza e desrespeita a pessoa adulta com deficiência.Pessoa cega, pessoa com deficiência motora: Usa a linguagem formal e respeitosa.
Pessoa normal: Implica que a pessoa com deficiência é "anormal".Pessoa sem deficiência: Termo neutro e que não julga.
"Fingir demência", "deu uma de João-sem-braço": Expressões que associam deficiências a comportamentos negativos, desrespeitando as condições de saúde mental ou deficiências físicas."Fingir-se de desentendido", "se fez de desentendido": Alternativas que não associam o comportamento a uma deficiência.

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