A reforma administrativa que tramita no Congresso é vendida como modernização, mas na prática representa um retrocesso perigoso. Ela abre espaço para contratos temporários e terceirizações na educação pública, transformando escolas em moeda de troca eleitoral.
Eu só conquistei o espaço que ocupo hoje porque tive a oportunidade de disputar concursos públicos. Se dependesse da vontade de políticos, ou do perfil da minha personalidade, nunca teria conseguido. O concurso público é a garantia de igualdade, é o que impede que cargos sejam usados como favores e cabides de emprego.
Ao fragilizar a estabilidade e reduzir o peso dos concursos, a reforma ameaça transformar professores e servidores em peças descartáveis, sujeitos às pressões políticas locais. Isso não é eficiência: é clientelismo disfarçado. É a captura da educação por interesses eleitorais, em vez de servir ao povo.
Defender o concurso público é defender a democracia, a justiça social e a dignidade de milhões de brasileiros que só encontraram espaço no serviço público porque puderam provar sua capacidade, e não porque se alinharam ao jogo sujo da política.
Por isso, digo com firmeza: a reforma administrativa não moderniza, ela precariza. E na educação pública, precarização significa negar futuro às nossas crianças e jovens.

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