quarta-feira, 29 de outubro de 2025

29 de Outubro: Dia Mundial de Combate ao AVC

 



Hoje a data tem um peso especial pra mim. Eu sou sobrevivente de um AVC hemorrágico, uma experiência que mudou minha vida para sempre. E carrego também a dor de ter perdido meu pai por um AVC isquêmico. Duas histórias, dois tipos de AVC, mas um mesmo alerta: precisamos falar sobre isso.


O AVC não escolhe idade, gênero ou momento. Ele chega sem aviso, e cada segundo conta. Reconhecer os sinais, cuidar da saúde e buscar ajuda rápida pode salvar vidas.


Por isso, neste dia, eu deixo aqui meu apelo: cuide da sua pressão, do seu coração, da sua alimentação. Faça exames, movimente-se, e acima de tudo, escute seu corpo.


Se eu estou aqui hoje, é porque houve tempo. Que mais pessoas tenham essa chance.

Educação inclusiva exige mais que palavras e mídias: exige estrutura


 A cada campanha institucional, vemos escolas públicas estampando cartazes com frases como “Educação para todos” ou “Inclusão é nosso compromisso”. Mas basta visitar os prédios onde essa promessa deveria se concretizar para perceber o abismo entre o discurso e a prática. Rampas inexistentes, escadas sem alternativa, banheiros inacessíveis, salas apertadas e corredores estreitos  essa é a realidade de muitas escolas que se autoproclamam inclusivas.


Não há inclusão onde não há acesso. E não há como falar em educação inclusiva sem enfrentar a questão da acessibilidade física com seriedade. A inclusão não se faz com vídeos emocionantes nas redes sociais, nem com discursos em eventos oficiais. Ela se faz com cimento, com projeto arquitetônico, com investimento público e com fiscalização rigorosa.


Acessibilidade não é um luxo, é um direito constitucional


A Constituição Federal e a Lei Brasileira de Inclusão são claras: pessoas com deficiência têm direito à educação em igualdade de condições. Isso inclui o acesso físico ao ambiente escolar. Quando uma escola não oferece estrutura adequada, ela está violando esse direito. E mais: está excluindo, está discriminando, está negando cidadania.


A ausência de acessibilidade não afeta apenas os alunos com deficiência. Ela impacta toda a comunidade escolar  professores, funcionários, familiares e visitantes. Uma escola acessível é uma escola mais segura, mais justa e mais preparada para acolher a diversidade humana.

terça-feira, 28 de outubro de 2025

FILME IMPARÁVEL : Excelente filme sobre uma pessoa com deficiência


 História  real 

Repasses Sem Reforma: A Inclusão Que Não Chega


 


Apesar dos investimentos anunciados pelo governo federal para promover acessibilidade física nas escolas públicas, a realidade nas unidades mais antigas continua marcada pela exclusão. Rampas, banheiros adaptados e sinalização tátil ainda são ausências gritantes em muitas instituições, revelando que os repasses não se traduzem em reformas efetivas. A inclusão, prometida em políticas e programas, não chega onde é mais urgente  e isso escancara uma falha estrutural que perpetua desigualdades.


Além da lentidão nas reformas, há um agravante silencioso: muitos municípios empurram a responsabilidade pela acessibilidade escolar para outras secretarias, como a de obras , em vez de assumir o protagonismo por meio da Secretaria de Educação. Essa fragmentação institucional compromete a efetividade das ações, gera confusão sobre quem deve executar as adaptações e, na prática, paralisa iniciativas que deveriam ser urgentes.


É legítimo questionar: trata-se de incompetência administrativa ou de desconhecimento sobre o papel da gestão educacional na promoção da inclusão? Em ambos os casos, o resultado é o mesmo  escolas sem acessibilidade, alunos com deficiência excluídos do espaço físico e gestores que se esquivam da responsabilidade.


A lógica dos repasses voluntários em que os gestores locais precisam solicitar os recursos e apresentar projetos  favorece municípios com maior capacidade técnica e administrativa, deixando para trás aqueles que mais precisam. O resultado é um ciclo de desigualdade: as escolas que já têm estrutura recebem mais investimentos, enquanto as que carecem de tudo continuam invisíveis.


Portanto, é urgente repensar a estratégia de financiamento da acessibilidade escolar. É preciso estabelecer critérios de prioridade baseados na vulnerabilidade estrutural, garantir assistência técnica aos municípios e criar mecanismos de controle social que assegurem que os recursos cheguem onde são mais necessários. Sem isso, os repasses continuarão sendo números em relatórios e não rampas, corrimãos ou banheiros acessíveis nas escolas do Brasil.


Acessibilidade escolar: não é só para quem tem deficiência , é para todos

 



Quando falamos em obras de infraestrutura escolar voltadas à acessibilidade física, muitos ainda pensam que se trata de um investimento exclusivo para atender alunos com deficiência. Essa visão limitada não apenas ignora o verdadeiro sentido da inclusão, como também subestima o impacto positivo que essas melhorias têm para toda a comunidade escolar.

Rampas, corrimãos, sinalização tátil, banheiros adaptados, portas largas, pisos nivelados, esses elementos não são apenas para cadeirantes ou pessoas com mobilidade reduzida. Eles beneficiam idosos, gestantes, pessoas com lesões temporárias, servidores com limitações físicas, visitantes e até crianças pequenas que ainda estão desenvolvendo coordenação motora.


 A escola como espaço de circulação segura

Uma escola acessível é uma escola mais segura. Evita quedas, facilita deslocamentos, promove autonomia. A acessibilidade física não é um luxo, é uma necessidade básica de qualquer ambiente público.

Além disso, quando a estrutura da escola comunica que todos são bem-vindos, ela educa para a empatia, para o respeito às diferenças e para a convivência plural. Isso tem efeito direto na formação cidadã dos alunos.

 A negligência é coletiva

Infelizmente, muitas escolas seguem sem reformas, sem adequações mínimas, sem qualquer planejamento para tornar seus espaços acessíveis. E isso não afeta apenas os alunos com deficiência  afeta todos que circulam, trabalham e aprendem nesses ambientes.

A falta de acessibilidade é um reflexo da falta de prioridade. E quando a escola não é pensada para todos, ela falha em sua missão mais básica: ser um espaço de inclusão, aprendizado e dignidade.


Isenção de IR para professor não pode limitar faixa salarial, diz especialista

 Um e-mail ao Dever de Classe, o professor capixaba Caio N Bezerra critica o projeto do senador Fabiano Contarato (PT-ES), que isenta professor de pagar imposto de renda, mas só até à faixa de R$ 10 mil mensais. É o PL nº 5.143/2025, apresentado neste mês de outubro. Bezerra, que também é especialista em políticas públicas, argumenta:


"Esse projeto do meu conterrâneo e querido senador Contarato é inoportuno e precisa ser modificado ou retirado de pauta. Não tem de ter limitação de faixa salarial, pois isto tende a dificultar a questão, dado que, em caso de aprovação, precisaria de atualizações futuras pela Receita Federal, ou seja, mais burocracia, o que acaba por inviabilizar o processo. A burocracia engole. O projeto tem de ser de isenção 100% e ponto, sem limitar a renda."

"Já há projetos melhores"

O especialista diz também que já há projetos melhores de isenção para professor tramitando na Câmara e no próprio Senado:


Na Câmara, há seis projetos em tramitação. A maioria prevê isenção de 100%, sem faixa salarial. É o melhor. O correto é lutar para aprovar um desses projetos, o PL 165/2022, do deputado Rubens Otoni (PT-MG), com acréscimo de melhorias apensadas por outros parlamentares. Com exceção da proposta do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que é a pior de todas, o que tramita na Câmara é melhor que o projeto apresentado agora pelo senador Contarato."

Veja os projetos que tramitam na Câmara e Senado sobre o tema: 

Fonte: Dever de Classe


Fonte: https://www.deverdeclasse.org/l/isencao-imposto-renda-professor/

O preço da lealdade cega: quando o 'patriotismo' se dobra a interesses pessoais e a contradição assombra a direita

 


Para uma parte do eleitorado brasileiro que, nos últimos anos, abraçou a bandeira da direita e do conservadorismo, a decepção se tornou um sentimento palpável. A lealdade que antes parecia inabalável tem sido corroída pela evidente discrepância entre o discurso de "patriotismo" e as ações que, na prática, colocam interesses pessoais ou ideológicos acima do bem-estar do país. Dois episódios recentes, o vergonhoso tarifaço dos EUA com a conivência do clã Bolsonaro e a oposição de parlamentares de direita à isenção do imposto de renda para professores, desnudam uma traição aos próprios princípios e aprofundam o amargo arrependimento de muitos eleitores.

A crise do tarifaço, imposto pelos Estados Unidos ao Brasil, é um divisor de águas. O que era para ser uma relação de parceria e soberania, prometida durante a campanha, revelou-se um alinhamento subserviente. A constatação de que a família Bolsonaro atuou de forma a minar a economia nacional, em uma jogada política para beneficiar um líder estrangeiro (Donald Trump) e fortalecer sua própria imagem, é um golpe na credibilidade. Para o eleitor que acreditou na defesa dos interesses nacionais, a visão de um grupo político torcendo contra o próprio país em busca de uma aliança ideológica é inaceitável. O episódio demonstra que a lealdade do clã a uma figura de fora das fronteiras brasileiras é maior do que o compromisso com o desenvolvimento da pátria, e que a política externa foi reduzida a um palco de interesses pessoais e familiares.

Paralelamente, a pauta da isenção do imposto de renda para os professores escancara a hipocrisia de uma vertente política que tanto fala em enxugar a máquina pública e reduzir a carga tributária. Enquanto propostas para beneficiar grandes fortunas e corporações ganham apoio, a desoneração para uma das categorias mais desvalorizadas e fundamentais da sociedade enfrenta resistência ferrenha de parlamentares de direita. A argumentação de que a medida sobrecarregaria o orçamento, vinda de quem defende privilégios fiscais para setores específicos, soa como um escárnio. A contradição é gritante: por um lado, prega-se a redução de impostos, por outro, penaliza-se a educação e seus profissionais. Para quem acreditou na promessa de uma política tributária mais justa e na valorização do ensino, a oposição a uma medida tão básica é uma traição inquestionável.

A contradição se aprofunda quando observamos o discurso de valorização do "cidadão de bem" e do "trabalhador honesto". A quem a direita se refere quando ataca os professores, uma categoria que se dedica a construir o futuro do país? A oposição à isenção de IR não é apenas uma questão econômica, mas uma mensagem política de desvalorização e desprezo pelo trabalho do educador. É a prova de que, para essa vertente política, a ideologia se sobrepõe à lógica e ao reconhecimento de quem realmente sustenta a nação.

O arrependimento, nesse cenário, é a constatação de que a narrativa foi uma ilusão. O eleitor que buscou um projeto de país guiado pelo patriotismo se depara com a realidade de uma política externa pautada por interesses pessoais de uma família, e uma política interna que, em vez de valorizar os pilares da sociedade, os ataca em nome de uma agenda ideológica. O custo dessa desilusão é alto, e a confiança, uma vez quebrada, é difícil de ser restaurada. Para o blog, fica o alerta: a história da lealdade cega tende a terminar com a amarga revelação dos reais interesses por trás das promessas.

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Reajuste do Piso Salarial Nacional dos Professores:O Que Está em Debate para 2026







Como educador e cidadão atento às políticas públicas que impactam diretamente a qualidade da educação, venho acompanhando com preocupação as discussões sobre o reajuste do piso salarial nacional dos professores para o ano de 2026. Neste texto, compartilho um panorama das principais propostas em debate, com base em fontes confiáveis que consultei para entender melhor o cenário.



 Regra atual: Fundeb como referência


Atualmente, o reajuste do piso salarial é definido pela Lei 11.738/2008, que vincula o aumento à variação do Valor Anual Mínimo por Aluno (VAAF) do Fundeb. Essa regra tem garantido reajustes reais em alguns anos, mas também apresenta limitações. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a estimativa de reajuste para 2026 é de apenas 0,85%, o que representa uma perda significativa frente à inflação. Essa informação foi publicada pela própria CNTE em seu site oficial (fonte).


 Alternativa: Reajuste pelo INPC


Diante da baixa projeção pelo Fundeb, uma proposta alternativa seria utilizar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) como base para o reajuste. Essa medida garantiria, ao menos, a reposição da inflação. Em 2025, o INPC acumulado deve ficar entre 4,5% e 5%, segundo estimativas divulgadas em matéria do portal Terra (fonte). Embora não assegure valorização real, essa proposta é vista como mais estável e previsível.



Proposta estratégica: Equiparação com outras carreiras


Outra proposta que considero fundamental é a equiparação salarial dos professores com outras carreiras de nível superior, conforme previsto na Meta 17 do Plano Nacional de Educação (PNE). Essa medida busca valorizar efetivamente o magistério, tornando a profissão mais atrativa e respeitada. A discussão sobre essa proposta foi abordada pelo Sinteal em uma análise sobre as perspectivas para o piso em 2026 (fonte).



Avanço legislativo: PL 672/25


Além das propostas de reajuste, há também iniciativas legislativas que ampliam o alcance do piso. Um exemplo é o Projeto de Lei 672/25, aprovado pela Câmara dos Deputados, que garante o direito ao piso salarial também para professores temporários. Essa medida foi noticiada pelo portal R7 (fonte) e representa um avanço importante na valorização da categoria.



Acredito que  a  definição do reajuste do piso salarial para 2026 é mais do que uma questão técnica: é um indicativo do compromisso do país com a educação pública de qualidade. Como professor, acredito que é essencial acompanhar essas discussões, cobrar dos gestores públicos uma política salarial justa e lutar por uma valorização que esteja à altura da importância da nossa profissão.




O Novo PNE 2024-2034: promessas ousadas, riscos velados e o desafio da inclusão


 




Após quase 23 anos atuando como professor na rede pública de ensino, aprendi que planos educacionais não mudam a realidade por decreto  eles precisam de chão, escuta e compromisso. O novo Plano Nacional de Educação (PNE) 2024–2034, aprovado recentemente, chega com metas ambiciosas e discursos esperançosos, mas também carrega silêncios e riscos que merecem atenção crítica, especialmente para quem vive a educação pública na ponta.


Metas ousadas, mas e a execução?


O plano propõe 19 metas que vão da educação infantil ao ensino superior, passando pela valorização docente e expansão da educação técnica. Em teoria, é um avanço. Na prática, porém, paira uma dúvida incômoda: como garantir que essas metas não se tornem apenas papel?


No Brasil,  enfrentamos desafios estruturais como falta de creches suficientes, escolas com acessibilidade precária e escassez de recursos para formação continuada, o PNE parece distante da realidade cotidiana. A meta de universalizar a pré-escola e ampliar a oferta de creches, por exemplo, exige investimentos que o município sozinho não consegue arcar. E o plano, embora mencione financiamento, não detalha como os recursos chegarão às cidades médias e pequenas.


 Inclusão: promessa ou retórica?


Como defensor da inclusão de pessoas com deficiência, esperava que o novo PNE trouxesse avanços concretos. Há menções à educação bilíngue para surdos e à formação de professores para lidar com a diversidade, mas o texto ainda trata a inclusão como um apêndice, não como eixo estruturante.


Na educação brasileira, temos estudantes com deficiência que enfrentam barreiras físicas, pedagógicas e atitudinais todos os dias. Sem políticas claras de formação docente, sem investimento em tecnologia assistiva e sem diálogo com as famílias, a inclusão corre o risco de continuar sendo um ideal bonito, mas distante.


Financiamento: a corda no pescoço dos municípios


O relator do PNE estima que serão necessários R$ 280 bilhões para sua execução. Mas quem conhece a realidade  nos  municípios  brasileiros sabe que, sem um pacto federativo que garanta repasses justos e contínuos, os municípios ficarão com a corda no pescoço. O plano exige muito, mas oferece pouco em termos de segurança orçamentária.


 Onde está a escuta?


Outro ponto crítico é a forma como o plano foi construído. Apesar de consultas públicas e audiências, muitos professores da rede básica — especialmente os da rede municipal não se sentiram ouvidos. A sensação é de um plano feito de cima para baixo, com pouca escuta das realidades locais.




Conclusão:


O novo PNE é uma oportunidade, sim. Mas também é um alerta. Para que ele não se torne mais uma carta de intenções, precisamos de mobilização, fiscalização e, acima de tudo, escuta ativa das vozes que fazem a educação acontecer  como a dos professores da rede pública que há décadas sustentam a escola pública com coragem e compromisso.


Se você também acredita que inclusão não é favor, mas direito, e que educação se faz com diálogo e investimento, este é o momento de cobrar, propor e participar.








sábado, 25 de outubro de 2025

DECRETO 12.686/2025:INCLUSÃO OU EXCLUSÃO DISFARÇADA?



O novo decreto sobre educação inclusiva no Brasil está dando o que falar  e não é à toa.


O que mudou:


O governo revogou o Decreto 7.611/2011 e criou a Política Nacional de Educação Especial Inclusiva. A promessa? Mais inclusão. Mas a prática levanta dúvidas.


 Os pontos polêmicos:


 Apoio escolar depende de estudo de caso mais burocracia.Fim da exigência de laudos médicos , avanço ou risco?


Inclusão em classes comuns como regra mesmo sem estrutura adequada.


 Especialistas alertam:


Sem investimento, formação e escuta, o decreto pode promover uma “inclusão de fachada”. Entidades como Apaes e Pestalozzis temem o esvaziamento das escolas especializadas.


Então, acontecerá  a  verdadeira  inclusão  ou a  exclusão  disfarçada?



29 de Outubro: Dia Mundial de Combate ao AVC

  Hoje a data tem um peso especial pra mim. Eu sou sobrevivente de um AVC hemorrágico , uma experiência que mudou minha vida para sempre. E ...