A educação brasileira enfrenta inúmeros desafios, mas poucos são tão insidiosos quanto a burocracia. Disfarçada de organização e controle, ela se infiltra nas escolas, nos gabinetes e nas salas de aula, travando o progresso, sufocando a criatividade e desvalorizando o papel do professor. É preciso denunciar esse sistema que, em nome da ordem, sabota a essência do ensino.
A burocracia educacional se manifesta em pilhas de relatórios, plataformas digitais ineficientes, exigências absurdas e metas desconectadas da realidade. O professor, que deveria ser protagonista do processo educativo, é transformado em escrivão de um sistema que valoriza mais o papel preenchido do que o aluno compreendido. Essa lógica perversa rouba tempo, energia e propósito dos profissionais da educação.
Enquanto gestores e políticos se orgulham de indicadores frios e gráficos coloridos, a sala de aula sangra. Falta escuta, falta investimento real, falta confiança no saber pedagógico. A burocracia não melhora a educação, ela a paralisa. Ela transforma escolas em repartições e professores em operadores de sistemas que pouco ou nada contribuem para o aprendizado.
É urgente romper com esse ciclo. A educação de qualidade exige liberdade pedagógica, valorização do professor e foco no aluno. Exige menos papel e mais presença, menos controle e mais confiança. Combater a burocracia é um ato de resistência, um grito por uma escola viva, pulsante e transformadora.









